Se apega ao gosto que ainda resta
Gasta
morde
dilacera
Fatiga-se no calor da dança
Embebeda com suor
Sente a carne romper
em devaneios
que transitam entre o profano e o sagrado
Perde-se
Mira a fronte
Os olhos que a tomam pra si
Dançam num ritmo de sussurros
Arranham-se
Agarram-se
Se dissolvem um no outro
entre essências escandalosas
Murmuram desejos
Circulam entre delírios
roucos
Transbordam o ventre com vida