sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A doce vida

Os estudantes da Universidade protestavam naquele ano de 2008, por assistência estudantil. Reinvidicavam restaurante, creche, posto médico, residência e a permanência na Universidade.
Ao questionarem sobre a Residência Universitária, lembraram do pombal que havia no Campus e indagaram ao Magnífico Reitor:
- Se até os pombos tem casa, por que nós ainda não temos uma?
Então o Reitor tomou logo providências; mandou acabar com o pombal.
ABSTRAIA
A
REALIDADE PODRE QUE
TEIMA
EM
CEGAR TEUS OLHOS

ENCOMENDAREMOS DILÚVIOS
E
LAVAS DE VULCÃO

Corra

bailam os seios
quentes
como o sangue que corre
goela a dentro
da rosa entreaberta
o ritmo louco
das cabeças partidas
por Baco
dionisíacas ancas suculentas
sacodem o ventre
iluminados
fogo fumaça
mãos
nus
as mentes e corpo

M.M.R.

A verdade chegará como um ácido
derretendo os corpos
surtando a dor
Tua carne crua servirá apenas de comida pros vermes
mas tua alma será rejeitada pelo inferno
e brilhará cegando os surdos
que ficarão para sempre
no eterno silêncio do vazio
És o caos
A raiva
E te destroi o desejo de possuir
o sangue dos inocentes
Engole tua louca podridão
que vem de lá
E oferta teu sexo para adoração
bicho
besta
A morte cairá em ti como chuva
irá refrescar teu corpo
aliviará tua sede
Deus acabou por se cabar
Há apenas a vida
e seus brindes, sua música
o alcool, o amor

"Eu vejo seus olhos na minha cabeça"

terça-feira, 26 de outubro de 2010

...e

um silêncio, sou
um desejo de partir
um gozo, depois de explodir
vontade de chegar ao ponto final, agora
.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ela

Ela, é sempre ela
a convecção árdua da vida

São as rugas que veem caminhando
em sua direção

Pensa, pensa
misto de confusão
embriagada na próxima existência
ai buraco, profundo

Mas é sempre ela quem vê
e sabe das feridas e dos
silêncios

Corrompível como qualquer ser
Frio e quente corpo, uma alma
que não cansa

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Flor e a Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas,



Vou de branco pela rua cinzenta.


Melancolias, mercadorias espreitam-me.


Devo seguir até o enjôo?


Posso, sem armas, revoltar-me''?


Olhos sujos no relógio da torre:


Não, o tempo não chegou de completa justiça.


O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.


O tempo pobre, o poeta pobre


fundem-se no mesmo impasse.


Em vão me tento explicar, os muros são surdos.


Sob a pele das palavras há cifras e códigos.


O sol consola os doentes e não os renova.


As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.


Vomitar esse tédio sobre a cidade.


Quarenta anos e nenhum problema


resolvido, sequer colocado.


Nenhuma carta escrita nem recebida.


Todos os homens voltam para casa.


Estão menos livres mas levam jornais


e soletram o mundo, sabendo que o perdem.


Crimes da terra, como perdoá-los?


Tomei parte em muitos, outros escondi.


Alguns achei belos, foram publicados.


Crimes suaves, que ajudam a viver.


Ração diária de erro, distribuída em casa.


Os ferozes padeiros do mal.


Os ferozes leiteiros do mal.


Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.


Ao menino de 1918 chamavam anarquista.


Porém meu ódio é o melhor de mim.


Com ele me salvo


e dou a poucos uma esperança mínima.


Uma flor nasceu na rua!


Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.


Uma flor ainda desbotada


ilude a polícia, rompe o asfalto.


Façam completo silêncio, paralisem os negócios,


garanto que uma flor nasceu.


Sua cor não se percebe.


Suas pétalas não se abrem.


Seu nome não está nos livros.


É feia. Mas é realmente uma flor.


Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde


e lentamente passo a mão nessa forma insegura.


Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.


Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.


É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Divagações

Uma mulher bebe água na janela
Ela olha o rosa do sol que já se foi
Ela pensa
se na dúvida há razão
há esperança no terror?
Não sabe.


Algumas pernas andam preguiçosamente lá embaixo


Se adimira com a alegria fantasiosa do gol
ainda comemorado pelo jogador


Talvez não fosse...


mais outros gritos...alguém é campeão!
11 apenas


Esquece de si
e finda o pensamento ao som dos foguetes e gritos de É CAMPEÃO!!


Leva embora consigo a vontade
que todos, vermelhos e amarelos, também vençam
e gritem VIVA A REVOLUÇÃO!!


Foi-se com o bando de periquitos e garças na revoada diária das 5


No mesmo instante
soube que era crescente,
um belo sorriso no azul
decorado pela junção do laranja e rosa
que no fim é dourado.

terça-feira, 4 de maio de 2010


Cara Preta



Histórias do U'Bráis...!



Tonton e Xuxu!





- Ali ó!! - Onde?!












Eeeta..arggg Sky!!! =D

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ser

Teu espelho
te olha
apático
calmo
distraído
profundo
vê?
o que há lá?
Agoniante
beijo de teus lábios vermelhos
não há beleza
apenas cantos
vorazes gritos
de uma alma
que dança na inquietude
de teu ser
e vesti-se de um profundo abismo
cálida mameluca invisível
sorri como tu
e como tu

terça-feira, 27 de abril de 2010

La Mer

Horas mansa
outras revolta
Es tu
e em tu es plena


Calmo odor de maresia
força revolta que destroi


A ti
ofertados são os filhos
e acolhidos por teu ventre
tua mão de deusa afaga


Beija suave
vascila entre sim e não


Nina
É mulher

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Crepúsculo

Se esvai leve
entre os dedos
feito sopro


Fica só


retido na retina
o que se foi
de hoje para sempre


Vai sufocando
sem apertar
Apalpa o invisível
não mais sondável


Vulto
Espectro
de latentes reticências
Redundante dor


de hoje para sempre

Para Lilica e Tita

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Triste ser

Oh mentiras sinceras
de máscara na cara
Lama suja
de imundos homens

Todos

de arrogância despida

Mortos

pobres seres sem razão
consumidos pela crueldade
que oprime

Cegos

os olhos cerrados
pelo desejo
e pela falta de escrúpos

Ridículos

Homens-vermes

Que rastejem...

Sonora

Dança

Balança

Goza

Larga

e vai embora

Não olha pra trás

Não mais

Ser outro

Acaso fosses tu
de abraço pensado
de peito molhado
e das carnes expandidas

o que seria?

Se olhasses sem teus olhos diários
os pés descalços
a boca calada
o sangue que desce

o que fazia?

Movimento

Sob os pés
a terra andou
Dentro dos olhos
só a vontade de outra aurora