sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ser

Teu espelho
te olha
apático
calmo
distraído
profundo
vê?
o que há lá?
Agoniante
beijo de teus lábios vermelhos
não há beleza
apenas cantos
vorazes gritos
de uma alma
que dança na inquietude
de teu ser
e vesti-se de um profundo abismo
cálida mameluca invisível
sorri como tu
e como tu

terça-feira, 27 de abril de 2010

La Mer

Horas mansa
outras revolta
Es tu
e em tu es plena


Calmo odor de maresia
força revolta que destroi


A ti
ofertados são os filhos
e acolhidos por teu ventre
tua mão de deusa afaga


Beija suave
vascila entre sim e não


Nina
É mulher

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Crepúsculo

Se esvai leve
entre os dedos
feito sopro


Fica só


retido na retina
o que se foi
de hoje para sempre


Vai sufocando
sem apertar
Apalpa o invisível
não mais sondável


Vulto
Espectro
de latentes reticências
Redundante dor


de hoje para sempre

Para Lilica e Tita