terça-feira, 5 de abril de 2011

XVI

humanos seres fatigados
duvidosos
descalços pés de outrora
nutrem o nada
de agora
reflexos de um passado
que não retornará
nem na memória daqueles
que o guardam
nem ao menos nas escassas
palavras ditadas por mortos
não há dúvida de que a verdade
é e será
a insegura certeza dos que
veem seu parco reflexo no espelho
embassado
Esgotou-se a água na prateleira do mercado
As sementes estão espalhadas pelo campo sem florescerem
É chegado o fim